Foto - caiccofreedom.it
As ruas escuras são iluminadas por uma estrela cadente que rasga o céu negro. É um segundo. São dois no máximo.
Mas o arrasto deixado por essa chama estrelar marca o céu e muda destinos. Lá no final da rua, o som das ondas a varrerem a areia e o cintilar da espuma branca compõem a música de fundo.
O intenso nevoeiro completa esse cenário quase cinematográfico. As casas antigas de janelas floridas mal se conseguem distinguir por causa das nuvens brancas que se formam a sua volta.
E as pedras da calçada transformam as ruelas quotidianas num labirinto misterioso. Quase tão sinistro como o de Minotauro.
O coração bate mais depressa. À medida que avanço a sensação é a de entrar num livro. Talvez nas perdidas brumas de Avalon, reencontrando Rei Artur e a Távola Redonda ou simplesmente num misterioso gandoleiro veneziano...não sei... Mas a vontade é de continuar até o fim, redescobrindo a minha rua, a minha cidade, que, por momentos mágicos, se torna tão desconhecida...
Portugal 2007