Tuesday, August 26, 2014

Roda Gigante


Cada passo controlado pela mente. Pela intrínseca e criativa cabeça pensante. O nunca estar no agora, mas sempre em pensamentos flutuantes e mutáveis. De todas as cores e feitios. Pensamentos ou sonhos acordados. Mente dormente. Realidade ausente. Inexistente.
A criação de uma pseudo-realidade mental que, sem saber, vai condicionando a realidade presente. Medo e ansiedade refletem-se rapidamente no mutável telar da vida-agora.
Mas uma vez livres das amarras mentais e do ego, não tem como não se dar conta.
Tudo é realmente possível. E sim... "cuidado com o que desejas..."
Uma vez que somos canais, que vemos para além das distrações da mente, realmente nos apercebemos que atraímos o que pensamos.
Roda gigante de múltiplas possibilidades e universos paralelos.Quase esquizofrenia, mas uma única essência que se multiplica em múltiplas essências. Luz. Rotação cósmica de almas dançantes. Borboletas coloridas, que se mutam, se auto-tranformam através do conhecimento interior. Profundo. Único. Celestial.

Lua Nova

Sereno como o correr de um rio. Constante inconstância da água presente no som. No ar, na presença da áurea trémula do ser. Intensidade da personalidade flutuante. Imperpétua e ao mesmo tempo infinita. Expiração vital do prana da vida.

Sol. Banho de cachoeira. Um casaco, um aconchego. Friozinho aquecido pelo cheiro da lenha no fogo. Tempo e espaço indefinido. Um flutuar infinito do momento agora, presente. Como um regalo divino entregue nas mãos da Humanidade. O cantar dos passarinhos, uma picada de um mosquito.

O constante pulsar do rio. Risos e conversas do outro lado. Um violão. Um pão assado no fogo. Um olhar. Uma comida. Um círculo de seres deambulantes que circulam dentro e fora da matrix.

Interconexões conectadas por ténues e suaves ligações energéticas. Trémulas de início, quase invisíveis, mas que vão aumentando com o tempo. Com Amor. Evoluindo numa rede de intermináveis links estabelecidos e recriados, cada vez mais fortes. Único.

Voltando tudo a ser UM e a pertencer ao super abundante e magnificente NADA!


Praia Grande de Cajaiba (II)

         Histórias de caiçara. Histórias de vida. Conhecimento passado por múltiplas gerações. Mãe terra alimenta os seus filhos. Harmonia. Silêncio. O rebentar do mar ao longe. Os grilos. A luz suave da chama da vela. A sabedoria divina. Luz interior. Força na dureza de um pé descalço. Fertilidade. Útero da mãe. Elfo da floresta. Seres que sabem. Escutam. Transmutam. Cores. Múltiplas cores. Fumaça da madeira molhada. Terra debaixo das unhas.
        Anos de luta. Invasão contida pela resistência no Amor. Rebeldia selvagem, única. Mar e terra fundidos num só, iluminados pela luz da lua.
Intensidade de sensações. Corpo são. Mente sã. Espíritos sanos. Sensação no caminho. No percurso de cada qual, iluminando a liberdade de ser apenas um com tudo o que é. Com tudo o que existe. Cósmico. Transcendental. 
        Lua minguando, dando espaço para as estrelas brilharem. Lua crescente movendo as águas energéticas. Kármicas. Poder do avatar dentro de nós. Sorriso sincero. Humilde. Presença em casa ser. De cada um. Inesquecível e marcante....


Om Surye Namaha


Paraty - Rio de Janeiro

Praia Grande de Cajaiba

            Natureza selvagem. Explodindo em multiplicidades de vida. Energia a mil. Coração batendo forte, escutando os suspiros da terra, que contam as histórias dos nossos antepassados. Histórias tristes e de dor. As árvores suspiram mágoas ali vividas. As lágrimas escorrem nas águas límpidas do rio. Lavadas.
              As ruínas mostram os rastros de quem ali viveu. E as árvores sem frutas contam das vidas que ali já não vivem. A mata chora por quem foi injustamente expulso, arrancado de suas raízes. E tudo isso se sente num suspiro. Num segundo no meio daquela imensidão verde.


       Densa. Intensa. Inspirando a história, expirando a fertilidade selvagem ainda existente. Ainda preservada. Por seres élficos da floresta. Que sabem mais. Sabem a sabedoria do amor. Da simplicidade. Inspirador. Admirável. Plenitude de ser na simplicidade de viver. Ter tudo e não mais querer. Abraçar a magnitude do infinito. Ser sábio na humildade. Viver da terra e de um sorriso amigo. Viver para o amor divino, recebendo o brilho dos nossos frutos pela dedicação e prática. Encontrar o equilíbrio em uma terra abençoada.

Paraty - Rio de Janeiro