Thursday, June 18, 2015

Réplica de Maria Fumaça feita de materiais recicláveis

Trem é uma réplica idêntica da Maria Fumaça de São Lourenço e impressiona pela qualidade




Nereu Louzada, de 77 anos, construiu uma réplica da Maria Fumaça com materiais recicláveis, desde tampa de adoçante, à lata de tinta e tampa de desodorante. O trabalho é caprichoso e delicado e impressiona pela semelhança com a locomotiva original, estacionada na Estação Ferroviária de São Lourenço.
Nereu trabalhou durante 55 anos como técnico de elevador na empresa Atlas Shindler, em São Paulo. Homenageado como o funcionário com mais tempo de serviço do mundo, trouxe sua experiência para São Lourenço, onde veio morar após se aposentar em 2010, em busca de melhor qualidade de vida e

tranquilidade.
“Quando vim morar em São Lourenço e vi esse trem, lembrei-me de quando tinha 14 anos e viajava neles. Ai eu falei para a minha patroa: ‘vou fazer esse trem”, conta Nereu. Construiu ele mesmo uma máquina de serra, onde corta os seus materiais. Com criatividade, paciência e muito esmero ele se dedica na construção de verdadeiras obras de arte.
A Maria Fumaça demorou aproximadamente 8 meses a ser finalizada. “Eu fazia, desmontava, pensava. Ia dormir pensando como fazer uma ou outra parte, refazia. Só a cabine foi feita 3 vezes para acertar”, relembra o artista.
Mas com perseverança não desistiu. Ele conta que foi várias vezes
na Estação tirar fotos da Maria Fumaça estacionada. Utilizou cano de PVC para a caldeira, lata de tinta reciclada para a cabine, varetas de guarda-chuva, nas rodas, tampa de adoçante para o sino. Com muita criatividade ele construiu uma réplica idêntica à Maria Fumaça, que tem exatamente o mesmo número 1424. O trem tem ainda motor, correia e engrenagem: todo o equipamento necessário para andar. Mas como o espaço é limitado, ela não anda no momento. Porém, tem apito, música e ainda solta fumaça. No vagão de passageiro, o teto abre e podemos observar até os violeiros animando a viagem.
Finalizada em dezembro de 2014, a Maria Fumaça está exposta na sala da sua casa, em um móvel que ele mesmo construiu. Convidou o maquinista da locomotiva e o responsável da Estação de São Lourenço para conhecerem o seu trabalho e segundo Nereu, eles ficaram maravilhados com as semelhanças.
O artesão é caprichoso e perfeccionista e segundo ele consegue fazer qualquer objeto. Além da Maria Fumaça, em sua casa vários objetos de decoração foram feitos por ele. Todos com o mesmo capricho e qualidade. As capelas e oratórios ele faz sob encomenda, desde 2008, e já vendeu para várias partes do Brasil. Com uma estrutura em madeira, sextavada, tem uma complexa instalação de iluminação, que, segundo o artesão, dura uma vida inteira. A santa é comprada, mas todos os outros detalhes da capela é ele mesmo quem faz, com devoção e amor.

Projeto Aula Viva em escolas da cidade de São Lourenço

Ex- combatentes participam de projeto-piloto que leva às escolas uma aula interativa e diferente



Sexta-feira, dia 12 de junho, os alunos do Colégio Laser Solar dos Lagos tiveram uma aula diferente. Um projeto-piloto, idealizado pela escritora Gislene Vilela, colaboradora do jornal Correio do Papagaio, foi realizado com muito sucesso.
Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, que estudam sobre a 2ª Guerra Mundial, participaram de uma aula viva, com depoimentos das experiências vividas pelos
ex-combatentes e ainda uma exposição de alguns objetos: medalhas, cartas, livros, jornais, uniforme, fotografias, mapas, documentos e textos. O tenente coronel Leonel Junqueira (100) discorreu sobre os fatos mais importantes que contribuíram para a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, durante a sua palestra “Por que fomos à Guerra?”.
Os alunos comentaram que a aula foi inesquecível, pois saiu da teoria, da aula fria e tiveram uma aula viva, com vida.
O evento contou com a participação do coronel Ivan J. Miranda (FAB); do subtenente Nilton da Silva Batista, chefe de Instrução do Tiro de Guerra 04-024; de Newton Barbosa, diretor geral do Colégio Laser; filho de Ocimara Ribeiro Barbosa (in memoriam), enfermeira da FEB; ex-combatentes e alguns convidados.
A abertura da solenidade aconteceu na quadra da escola, com um momento cívico para todos os alunos do turno da manhã e com um emocionante depoimento do ex-combatente 3º Sargento Antônio de Oliveira Rezende (92).
“O projeto tem o mérito de resgatar a importância da FEB na 2ª Guerra mundial. E partindo do testemunho de pessoas que ainda estão vivas. Vivas não só no ponto de vista físico, mas vivas com lucidez, com experiências para transmitir bons valores aos jovens daqui de São Lourenço e quem sabe até da Região que podem se beneficiar do projeto” ressaltou o professor de história Evaldo Carlos da Silva.
“É um projeto que acrescenta para todos. Para os alunos conhecerem um pouco da nossa história e também para os ex-combatentes, que hoje são idosos, ter um momento de interatividade muito significativo com os jovens”, explica a organizadora do projeto, Gislene. “Esse evento mudou completamente a rotina dos ex-combatentes, foi um momento de grande importância na vida deles, de receber esse reconhecimento, de serem úteis e poderem passar esse tipo de informação”, complementa.


O projeto Aula Viva nas escolas


O projeto de realizar aulas com interatividade, palestras e ainda exposição de elementos visuais para as Instituições de Ensino surgiu de um trabalho realizado no início do ano, com o foco nas comemorações dos 70 anos do fim da 2ª Guerra Mundial.
Gislene Vilela, ligada ao universo da Força Expedicionária Brasileira (FEB) desde pequena e autora do livro “Um convite para a vida”, pesquisou durante dois meses sobre ex-combatentes e familiares que tiveram vínculo com a cidade de São Lourenço e fez uma reportagem exclusiva para o Jornal Correio do Papagaio com o título: “70 anos da Força Expedicionária Brasileira são relembrados por ex-combatente centenário”. 
“É um projeto cujo objetivo é levar às Instituições de Ensino os veteranos que combateram na Campanha da Itália durante a 2ª Guerra Mundial na defesa da Pátria, para que os estudantes tenham experiências únicas contadas pelos ex-combatentes, resgatando um fragmento da história do Brasil que, infelizmente, ainda é pouco conhecida pelos brasileiros”, explica Gislene.
A autora e repórter apresentou o projeto para Newton Barbosa, diretor geral do Colégio Laser Solar dos Lagos que se interessou em realizar o projeto-piloto.
Após o grande sucesso desta iniciativa, realizada dia 12, tanto do ponto de vista dos alunos, como dos professores e dos veteranos, a proposta é dar continuidade e levar o projeto para outras escolas que tenham interesse em recebê-lo.
“É muito importante o contato dos ex-combatentes com os jovens, porque estão contando as suas experiências e os adolescentes aprendem mais com os relatos”, afirma o subtenente Nilton da Silva Batista, chefe de Instrução do Tiro de Guerra 04-024 e espera que o projeto seja difundido em mais escolas do município.
“É uma oportunidade única para os estudantes poderem experienciar uma aula viva, com relatos na primeira pessoa e transformar o aprendizado deles sobre este momento tão importante da História brasileira”, conclui Gislene Vilela e revela em primeira mão que está sendo realizado um documentário sobre a Força Expedicionária Brasileira.